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Artigos


National Library of Portugal [Public domain]

A língua portuguesa no mundo

A língua portuguesa é extremamente rica existindo diferentes variedades do português falado e escrito em todo o mundo.

A denominada variedade europeia do português corresponde à língua falada em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Contudo, a variedade europeia apresenta diferenças dialetais, nomeadamente nas ilhas onde foram introduzidos novos sons vocálicos como, por exemplo, na pronúncia de lua [láwa] (Madeira) ou tudo [tyd] (Açores).
Em Portugal continental distinguem-se dois grandes grupos dialetais; o setentrional e o centro-meridional. O dialeto setentrional diferencia-se, entre outros aspetos, pelo facto de não opor b a v(bamos em vez de vamos) e por diferenciar bem os ditongos ou e ei(no Norte pronuncia-se ouro e primeiro enquanto no Sul se diz ôro e primêro).
Para além destas, de um modo geral, no português europeu manifestam-se outras diferenças em relação às variedades não europeias: reduzem-se as vogais pretónicas, habitualmente colocam-se os pronomes pessoais átonos em posição enclítica (exemplo: vou vê-la) e verificam-se divergências em certas  construções sintáticas.
Das variedades do português no mundo, destaca-se a do português falado no Brasil assim como o que se designa, de um modo genérico, por variedades africanas. Destas, só o português falado em Angola, na região de Luanda, e o falado em Moçambique é que têm sido objeto de um estudo mais aprofundado.
Registam-se várias diferenças a nível fonético, nomeadamente na pronúncia das vogais átonas que são mais baixas do que no português europeu (lévar em vez de levar), na pronúncia de vogais tónicas como médias enquanto no português europeu são baixas (Antônio em vez de António), na supressão da pronúncia do r final (mudá em vez de mudar) ou na semivocalização do l final de palavra ou de sílaba (auguma em vez de alguma); outras diferenças têm a ver com o léxico, devido a empréstimos de outras línguas (das línguas tupi e guarani no Brasil, do Kimbundu no caso do português falado em Luanda ou de outras línguas bantu no caso de Moçambique) ou, a nível sintático, com usos diferentes como, por exemplo, a colocação do pronome pessoal átono em posição pré-verbal ou a não concordância entre sujeito e predicado.
O português mantém uma extraordinária unidade, apesar de diferenças que ocorrem numa utilização geograficamente tão diversificada.


Artigo a-lingua-portuguesa-no-mundo
Título:   A língua portuguesa no mundo
Data:     29/01/2013
Autor:  
Tema:   Linguística
Artigo publicado originalmente em https://www.livros-digitais.com/artigos/2013/a-lingua-portuguesa-no-mundo/


E. W. Kemble (1861–1933) - illustrator [Public domain]

Porque lemos literatura

As obras literárias leem-se para satisfazer esse desejo de saber sempre algo mais.As obras literárias leem-se para delas se retirar uma certa experiência, para satisfazer esse desejo de saber sempre algo mais. A literatura pode ser um caminho para a excelência.

A literatura, além de expressão, é comunicação.

A experiência psicológica vertida numa obra literária pode ou não referir-se a acontecimentos reais, mas o que é verdadeiramente importante é o significado que o autor lhe dá. Um romancista e um historiador podem coincidir no tema mas a intenção será sempre diferente.

Toda a criação literária coerente vê reconhecidos dois valores fundamentais: o valor de significado ou semântico e o valor formal ou de expressão linguística. Sem intenção estética aplicada à linguagem não existe literatura, pois não há dimensão artística.

Artigo porque-lemos-literatura
Título:   Porque lemos literatura
Data:     08/01/2013
Autor:   -
Tema:   Literatura



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